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João Bosco do Nordeste
Professor Mestre em Educação e Administrador empreendedor
Textos
Onde está o anel?
Na década de 80 era costume os rapazes usarem o penteado do cabelo no estilo blackpower (para cima, parecendo um capacete, quem tinha um tipo e cabelo adequado). Também era costume os homens andarem com anéis grandes em seus dedos. Mostrava poder.

Certa vez convidamos um amigo para veranear conosco numa casa alugada na praia Unaite Esteite of cabuçu, como a chamam alguns farofeiros de pau-de-arara a famosa praia do “OI”. Riado era o nome dele.
Logo no início do veraneio aconteceu que ele tomou todas e passou dos limites numa festa de reggae no buteco da Enelram, levando no dedo o seu anel de ouro com um brilhante na ponta, comprado em Feira de Santana, no minadouro, nas mãos de um ourives frequentador assíduo do bordel.

No reggae da praia ele sentiu vontade de mijar. Ao entrar no “covil do fedor” – aquilo nunca foi banheiro, um cidadão percebeu a relíquia no dedo anelar e perguntou se era ouro e brilhante. O nosso herói disse preocupado que era apenas uma bijuteria. Ao ficar sozinho no seu cagador, tirou o joia e enfiou..... no cabelo. Sim! No cabelão, para não perder.

Ao acordar no dia seguinte ao meio, procurou o anel e não estava em seu dedo. Pensou logo que alguém daquela família havia aproveitado o seu sono cachaçal e lhe roubado a joia. Criou o maior tumulto e constrangimento na casa entre os familiares, inclusive com a empregada crente pentecostal universal do sétimo dia da assembréa, como ela mesma se dizia.        

Claro que ninguém aceitou ser o ladrão. Ele era vivo demais e não teria facilitado o roubo.  
Disse que ia embora daquela casa, onde só tinha ladrão. Foi no quarto, apanhou a sacola e sentou na porta para esperar a marinete passar. Pegou o pente de três dentes e começou a dar um “brilho” no seu blackpower.
Para a surpresa de todos, o anel foi atirado porta adentro da casa, fazendo um barulho parecido com o de um moeda.

Quando dona Siri viu, o menor nome palavrão foi “capacete do cão porta-joias do inferno”.
– Tome seu anel e soque no rabo...
O veraneio acabou no início.
João Bosco do Nordeste
Enviado por João Bosco do Nordeste em 07/08/2014
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