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João Bosco do Nordeste
Professor Mestre em Educação e Administrador empreendedor
Textos
Pensamentos nº 27 – Da Série “O poeta”.
1) Invenção não é mentira. Nem tudo que o poeta escreve é mentira, mas pode ter certeza de que há muita invenção em suas histórias.
2) Todo poeta que escreve suas criações tem um pouco de vagabundo no tempo que lhe foi dado, mas em seu trabalho mental está sempre muito ocupado.
3) Quer saber onde o poeta tem resistência? Tente passar pelo deserto das almas sem ser tocado.
4) O poeta sabe, mas talvez você não saiba que as velas são queimadas num velório para clarear as mentes de quem pensa que é imortal.
5) O poeta conta as suas e outras histórias, que às vezes vão se misturando, surgindo e sumindo, até fazê-lo imortal, pois a sua obra ficará marcada, como um machado das palavras batendo na madeira da vida.
6) O poeta sabe claramente que deve andar pela vida com passos minúsculos em estradas seguras, evitando os caminhos dos pântanos em noites escuras.
7) O poeta é como um herói, que enxerga o perigo com uma lupa. O leitor pode se transformar em vilão, enxergando a lupa do poeta como um perigo.
8) O ignorante pode pensar que o poeta não tem sabedoria e altivez, porque a ignorância surda é parceira da cega estupidez, e ambas não têm qualquer sensatez.
9) No dia do aniversário, o poeta é letargia, recebe presentes de muitos, mas se quer fazer feliz essa magia, dê a ele um poema com cargas de leotria.
10) O poeta só tem a capacidade de decifrar um novelo se estiver dentro dele, pois de fora qualquer engodo pode servir de modelo.
11) Os poetas devem ter cuidado para não agir como mágicos, e transformar palavras secas em cargas d’água.
12) A residência do poeta é a casa das letras. O coração do poeta é uma mala preta. Mas a vida do poeta é uma carrapeta.
13) Todo poeta luta por um ideal, cavando inspiração com muita expiração, por isso não vamos encontrar poetas ricos, pois a terra que possui está somente embaixo da unha, coletada ao plantar flores pelos jardins da vida.
14) Para ser poeta é fácil. Basta empunhar a bandeira do acaso, soltar o grito mudo do verbo estreito num largo raso, ligando um caso a qualquer descaso, nadando em longas braçadas dentro de um pequeno vazo.
15) O poeta não é um nômade, apenas navega por estradas vicinais das palavras, tentando entender os pecados capitais que existem no interior das almas de qualquer cais.  
João Bosco do Nordeste
Enviado por João Bosco do Nordeste em 31/12/2014
Alterado em 11/04/2023
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