Na barbárie não há liberdade
Para que as pessoas possam conviver na sociedade, há a necessidade de uma ordem básica, de uma combinação de como se quer que a vida seja, de um pacto de concessões na construção de um clima favorável, uma vez que na barbárie não há liberdade.
Nesses tempos chamados “modernos”, a máxima que os mais fortes impõem aos mais fracos é o egoísmo, tanto no uso dos seus direitos, sem respeitar os dos outros, quanto ao deixar de cumprir com os deveres inerentes à cada atividade na sociedade, como se isso fosse sabedoria ou inteligência.
Além disso, ainda existem outros grupos que se dizem organizados, tentando através de ações de vandalismo e desordens fazer valer nos seus projetos de poder sobre os demais integrantes da sociedade, fazendo-se passar por verdadeiros heróis de conquistas sociais, e invasores de propriedades ou até de privacidades, descumprindo as regras mais básicas de convivência pacífica, colocando as algemas na liberdade.
Quem entra nesse tipo de grupo também fica contaminado, e passa a agir da mesma forma, como se fossem bichos ou massa de manobra, lutando contra um inimigo incerto e invisível, criado para servir de pressuposto, sendo que às vezes esse “capeta” é a própria organização social da qual pertence, e não vê.
No estado de direito, não podemos aceitar o autoritarismo como bandeira, pois de épocas em épocas esse caminho é trilhado, descumprindo regras e leis, mas essa história nunca tem final feliz.
Democracia se traduz na melhor forma de Liberdade, onde todos podem viver dentro dos seus limites, sem cometimento de barbáries ou agressões às instituições democraticamente instaladas, tais como os poderes Legislativo, Executivo e o Judiciário, aceitando também uma imprensa e um povo livres de pressões, para que possam expressar as suas opiniões e exercerem a sua cidadania, engrandecendo o convício harmônico e social, lutando para que haja uma convenção coletiva de respeito e dignidade, proporcionando a todos uma educação que leve ao trabalho digno, tornando a sua vida mais feliz, fora do assistencialismo degradante, sem precisar açambarcar para si os bens e espaços públicos de forma desonesta.
Enfim, sem seguir essas regras, a sociedade vai se transformando numa manada e levando uma “vida de gado”, como bem disse o cantor/poeta Zé Ramalho, sendo levada pela estrada da vida, tratada como pedras de acostamento.
A união de todos pela Nação pode construir um mundo novo e mais fraterno, onde a liberdade seja a célula mater de uma população, com uma boa e adequada educação pública, evitando que o seu sustento seja buscado nas formas que o crime oferece, matando sua história, vivendo no presente a marca da falta de um futuro.
Por isso, existe a preocupação de quem tem responsabilidade com a Nação, para que o “estado da barbárie” não seja instalado em seguida ao coas, passando a negar ao cidadão o “estado de liberdade”.
Governo que incentiva e aposta no caos, conscientemente, está construindo um presente para depois exercer o controle e a repressão no futuro. O livro 1984, de George Orwell, que foi adaptado brilhantemente para o cinema por Michael Radford, mostra como funciona esse tipo de projeto de longo prazo de poder, criado pelos demônios da política.
Só vai melhorar quando os cidadãos tiverem acesso à liberdade pela educação, e aprendam a ser mais reflexivos e menos “massa de manobra”.
Como disse Monteiro Lobato: “Uma nação se constrói com homens e livros”.
João Bosco do Nordeste
Enviado por João Bosco do Nordeste em 19/07/2014
Alterado em 27/06/2023