AS ALGEMAS DO AMOR
Se você soubesse o que eu já vi no mundo,
De teias construídas em paredes de ruinas,
Ou castelo de areia comprado como marfim,
Saberia dar valor às suas balas de festim.
Vibra hoje com o sucesso, maldito imundo!
A morte pode estar nas curvas das esquinas.
Com o coração e a alma em lados opostos,
Seu corpo não tem história e nem pressupostos.
No inimigo há morada daquele escuro profundo,
Um escravo na sua tumba ou no escombro de minas.
Faz imprópria a sua vida, como um infeliz engano,
Um artista no seu palco, ou um farrapo humano.
Quando o corpo sente, a alma é que vai pra o fundo.
Acaba a vida na terra e o palco fecha as cortinas.
Na hora de colocar as algemas do amor,
Deus lhe fará justiça, do verdadeiro julgador.
Poema do Livro "Rapsódia de um sonhador", do ano de 2017.
João Bosco do Nordeste
Enviado por João Bosco do Nordeste em 05/08/2014
Alterado em 30/04/2019