A janela da morte
Sensato olhei da janela do mundo,
senti na paisagem o aroma de uma flor,
passando um momento num vale profundo,
e bem sorrateira, parecia com o amor.
Foi a natureza que exalou clorofila,
e da claraboia avistou ancestrais,
jogou pelo ar novos rumos na fila,
e o tempo presente perfumou demais
Com aquele âmbar que ficou na paisagem,
criou bela imagem, de gentil caçadora.
Ela bem sabe que eu não sou uma miragem,
mas mesmo assim quer ser dominadora.
Em certo momento senti um abraço,
que veio apertado e cobriu meu pescoço,
mas o que fazer se pertenço a esse laço,
sou um prisioneiro ainda tão moço.
Esse sentimento foi tomando forma,
com louca vontade de querer respirar.
Num espaço de tempo a janela transforma,
e muda a paisagem num suspiro de olhar.
Eu sei que o destino não bota armadilha,
pra quem é feliz em qualquer aquarela.
Louco eu saltei pra seguir nova trilha,
pulando a janela, morto aos braços dela.
João Bosco do Nordeste
Enviado por João Bosco do Nordeste em 12/08/2014
Alterado em 05/07/2020