Noite enluarada
Quem conhece essa figura, que só tem visão noturna,
Percebe como é forte quando a noite é enluarada.
O seu desejo é um direito, de viver na ilusão,
Levando quem ama junto, pra viver na solidão.
Seus passos sempre na noite podem ser uma emboscada,
Quem tem tiver flores na estrada, preserve o seu caminho,
À noite o gato é pardo e o lobo tem pele de cordeiro,
Pois quem está no pardieiro pode acordar sozinho.
Quando há noite enluarada, nem sempre o tem tempo bom,
Pois se a chuva cai forte interrompe a mãe da noite.
Pode vir com temporais escurecer a sua lua,
Quebrando a calma enluarada, com forte grilhão do açoite.
Ela pode até levar o afago a quem está perdido,
E a visão ficar exposta à fraqueza quase turva,
Tem um amor enganoso, por isso é bem mais gostoso,
É mais veloz numa reta, e mais calma numa curva.
A noite enluarada navega nos mares dos sonhos,
Onde a profundeza da morte é a cor da solidão,
Mostrando grandeza imensa, ser amiga ela não pensa,
Por isso chame a claridade, solte a mão da escuridão.
João Bosco do Nordeste
Enviado por João Bosco do Nordeste em 14/08/2014
Alterado em 16/08/2014