A vida é cigana em barracos de pedras,
A porta de vidro virada para o sol.
Quem joga disputa moedas da vida,
Em mesas falidas de mortes sem quedas.

As mãos calejadas em defesa do pão,
Nos bares da vida o pão vai ficando.
Pagando pra amigos cachaças mais fortes,
Ficando mais fraco, só diz palavrão.

Se o amor dos seus filhos não o faz parar,
Essa decisão tem custo sem volta.
A sina é ouvir a família falar:
“Leva a sua cama e vá morar num bar”.

A vida é sem hora nos bares da vida,
Aumenta os tormentos, e a alma está morta,
Ele que era um sóbrio e foi ficando louco,
Em doses de pinga, a vida é perdida.
  
A cachaça é uma falsa sensação que arrasa,
Dá riqueza ou poder, sem nenhum trocado.
A ilusão da bebida faz perder o sentido,
Perdendo o caminho na volta pra casa.

Tem uns que preferem atender a amigos,
Tomando vergonha, providência ou atitude.
Esses são nomes de muitas cachaças,
Que estão pelos bares, e a muitos ilude.

Tem até artista que faz propaganda,
De muita bebida e esquecem os antônimos.
É uma grande pena que pelo dinheiro,
Leve muitos pais aos Alcoólicos Anônimos.
  
Melhor seria se o pai então pensasse,
E em vez de bebida, tomassem consciência,
Pois o amor da família que o espera em casa,
Não pode sofrer essa consequência.