Fiscalizando o fiscal do banco – nº II
Observação:
Essas frases foram retiradas de relatórios que os fiscais de um banco federal faziam na década de 90, e de tão engraçadas eu fui guardando para escrever um dia, e deixar como páginas de humor de uma época que a gente era feliz e não sabia. Hoje isso não existe mais.
(Os nomes dos funcionários serão propositadamente omitidos, pois a ideia não é expor ninguém, e sim transformar as frases em momentos lúdicos. Claro que muitas foram refeitas, à pedido das gerências das Unidades)
1. Já ouvi contar histórias de fantasmas, mas não vou constar nesse laudo animais que eu não vi, mesmo que digam que estavam lá. Só se fossem invisíveis.
2. Ao chegar, a mulher do cliente estava sentada naquele penhor pecuário (garantia de animais), andando alegremente na propriedade. Uma excelente égua;
3. Naquele dia o cliente não estava. Aceitei tomar um café, mas a mesa ainda estava suja do café da manhã. Desconfiei de separação. Perguntei e acertei na mosca;
4. O cliente está devendo e não vai pagar por causa da estiagem financeira que está sobrevoando a região;
5. Subi ladeira andando com todo esforço para ver o boi financiado num pasto que só cavalo subia, mas ao chegar lá em cima o bicho não recompensou com a sua ausência;
6. Estava muito lameada a estrada, pois subi, subi, subi e depois percebi que praticamente não sai do lugar. Não poso dizer o que vi;
7. Atolar até que atolei, mas o problema foi sair com o carro do atoleiro, porque depois que ele entra, fica difícil tirar sem uma mãozinha de Deus;
8. Achei tudo normal na fazenda, inclusive a falta de pedaço das vacas nelore, que naquele dia havia saído para tomar banho;
9. Se estava quente? Bota realmente quente nisso. Andamos perto do meio dia, e bota parecia de ferro e o meu sapato uma bigorna. Foi muita crista de galo. Antes fosse de cavalo;
10. Aquele cliente é desmarcado sempre que o banco avisa da nossa visita. Ele só arranja desculpa porque naquela região tem outros desmarcados, por falta de acesso às propriedades em tempo de chuva venenosa;
11. Sou favorável que ele faça tudo direitinho, mesmo ele falando que está doente, mas sou contra, se ele falecer.
12. Não é que eu queira baixar o pau, mas a madeira comprada não é aquela vendida. Quem não entende, pode até ser enganado;
13. Numa sucessão de lapsos, o engano foi a dúvida que ficou da indecisão entre a proposta da vaca e a aceitação do boi;
14. O curral estava pronto, com material de segunda, por isso o rebanho estava mal agasalhado;
15. Só porque eu disse a ele que eu iria colocar no laudo o que estava errado do seguro da lavoura, ele plantou uma corrupção em minha mão. Ficou muito chato;
João Bosco do Nordeste
Enviado por João Bosco do Nordeste em 15/08/2014