Numa estrada federal chega um caminhão num posto rodoviário da PRF no início da noite. As lanternas traseiras estavam quebradas. O policial informou que o carro ficaria retido, pois daquele jeito poderia causar acidentes durante o trajeto da viagem.
O caminhão, portanto, só poderia sair pela amanhã, sendo levado ao centro da cidade próxima, a fim de solucionar o problema. O caminhão ficou detido e o motorista e o ajudante pediram um taxi e foram para o centro da cidade procurar hospedagem.
Chegando a Pensão “Descanse em paz” eles pediram para ficar, mas por incrível coincidência do destino, e por aquele cidade ser pequena, hospedava-se ali também três policiais rodoviários, que sendo de outras cidades, alternadamente, faziam pernoites por ali mesmo.
Os dois dormiram tranquilamente, e no café da manhã, já às seis e meia, os dois conversavam na mesa sobre a apreensão do carro à noite, com outras pessoas sentadas ao lado, em outra mesa. Combinaram que para tirar o carro do posto, bastaria dar propina aos novos policiais que estariam assumindo o posto pela manhã, na nova escala de serviço.
Eles só não sabiam que uma pessoa da mesa ao lado, de bermuda, sem chapéu e sem óculos, apaisana, era um dos policiais da noite, que havia rendido (trocado de posto) uma hora atrás, com os novos policiais que chegaram ao Posto.  
Esse policial então ligou para o posto e passou as coordenadas da conversa. Ao chegarem lá para buscar o caminhão, se depararam com uma desagradável surpresa. Foi observado que, além das lâmpadas queimadas na parte traseira, o carro foi multado por extintor fora do prazo, pneus sem condição de uso, placa ilegível, descarga soltando mais fumaça do que o permitido, lonas de freios sem condição de uso e falta dos triângulos sinalizadores.
O motorista se surpreendeu:
- Não seria somente os faróis traseiros que estavam com problemas ontem?
O policial respondeu:
- À noite todo gato é lebre e toda mulher é bonita, mas pela manhã, na hora do café, é que a gente vai saber realmente como é o gato e a beleza da mulher. A gente pode até ajudar e reconhecer as dificuldades com que passam os condutores de veículos, levando em conta diversos fatores que possam posteriormente ser solucionados, desde que respeitem as nossas orientações. Mas o carro está preso, sendo liberado somente depois de solucionados todos os problemas. Outra coisa, os veículos rodam de boca fechada e respeitam muito o trabalho da Polícia Rodoviária Federal, e esse comportamento também deveria ser seguido pelos condutores ao abrirem a sua boca, pois parede tem ouvidos e na mesa ao lado tem café no bule.