No dia 20 de maio de 1989 nascia esse menino abençoado por Deus e pela união dos pais Bosco e Sônia, e pelas expectativas das irmãs Emile, Elaine e Elis e dos tios e tias.

Na época do fundamental, primário e segundo grau era difícil fazê-lo parar para se concentrar em estudo, porque a mente corria a mil por hora. Queria fazer dez coisas ao mesmo tempo.
Quando ganhava um vídeo game, queria desmontá-lo, talvez para tentar desvendar porque não conseguia superar fases mais difíceis. Dali a pouco estava ele já estava superando fases e fases.

Os pais, a avó Nelcina e os avós Lindolfo e Zélia Nascimento sempre estiveram por perto, naquele importante apoio.
Os pais, atentos à sua evolução escolar, estabelecia que as brincadeiras de vídeo game somente seriam liberadas nos finais de semana. Deu certo.
Apenas Português ainda era a disciplina como um calo em seu sapato. As de cálculos ele tirava de letra, e até ajudava aos colegas.

Passou o tempo e chegou a hora do vestibular. Perguntou ao pai como estava a concorrência para a área de engenharia de computação. O pai disse: 27 para um. Ele explodiu:
- Tô fora!  Não dá para fazer outra coisa com a concorrência menor? As três meninas foram graduadas na UEFS com absurdas concorrências, além de passar em diversos concursos públicos de empregos, mas eu? Tadinho de mim. Tô lascado!
Os pais seguraram nas mãos de Deus e disseram que ele teria sim, condições de passar.
- A concorrência é só você contra você mesmo.  Se você tem um sonho, corra atrás dele. Acelere os estudos. Tem muito vídeo game na Universidade. Você vai brincar adoidado!!!
A mãe disse: precisamos intensificar o estudo de redação, pois ele não é muito chegado a escrever textos. Ele gosta mais da área de cálculos. Fomos à uma professora de redação e ele começou a fazer aulas particulares de redação. (Sabe como é, Santo de casa não faz milagre, principalmente quando não tem tempo)
Depois de algumas aulas ele disse:
- Não vai dar certo. A concorrência é estupidamente estúpida.
O pai que já era graduado em administração, disse: vou fazer o vestibular para Letras com inglês na UEFS, a concorrência está de 14 para um, que deve ser a mesma dificuldade da sua idade para a sua concorrência. O pai fez o vestibular e passou e começou a estudar. De vez em quando dizia: eu já estou lá. Vai ou não vai?
Os pais o levaram um dia para ele conhecer a Universidade, os olhos dele brilhavam vendo aquele mundão de salas, gente andando de cá para lá e de lá para cá. Perguntou o que era aquela cabana entre os módulos II e III, que saia fumaça no telhado. Dissemos que devia ser algum laboratório, mas Engenharia de Computação é que não era.

Ele estudava cada vez mais em casa, mesmo depois de chegar cansado do Colégio, fazendo revisão e escrevendo redações sobre diversos temas. Para ele, o reforço de redação tornou-se uma festa.

Está pensando que criar quatro filhos, formá-los numa Universidade pública em carreiras importantes para o País é fácil? A luta valeu a pena. Hoje estamos concluindo mais essa etapa. Por isso nada mais justo do que está aqui para agradecer a Deus e a Nossa Senhora por tudo.

Aqui está ele,  Douglas Eder Uno Silva, que tem o nome de DEUS no seu acróstico ( todos os nossos filhos também têm).
Hoje ele é Igreja no Redescoberta e em outros movimentos infantis e juvenis, com a música do seu violão e a sua voz, ao lado de Cris, seu projeto cristão.

Fazer o bem! Esse é o segredo da vida. Vencer com seu próprio suor. Continuar estudando, pois sem estudo o brasileiro será eternamente refém do assistencialismo eleitoral do governo.

Parabéns Filho! A sua vitória deve ser comemorada, para registrar o dever cumprido nessa caminhada, como se fosse uma alvorada de uma caminhada, para ser escalada num mundo cheio de redescobertas.

Sabemos que a formatura é só o começo, mas quem sabe começar vai saber continuar e concluir cada etapa dos seus novos objetivos, se continuar com Deus no coração.

(Pronunciamento na Missa de colação de grau em Engenharia de Computação)

Feira de Santana (BA), 27 de outubro de 2014.