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João Bosco do Nordeste
Professor Mestre em Educação e Administrador empreendedor
Textos
O Palhaço Zé e o telefone mágico
No circo Caculé tinha o palhaço iluminado de codinome “Zé de novo” que de tão alegre, conseguia animar a plateia com suas piadas e brincadeiras. Era costume de quem morava nas cidades por onde ele passava ir assistir o espetáculo como uma forma de extravasar os problemas psicológicos, pois com ele ninguém ficava triste.
Ele dava muita risada quando fazia uma gaiatice e perguntava:
- Como é o meu nome?
- De novo ! Todos gritavam. Então ele repetia a gaiatice várias vezes, até gritarem “Zé para, para zé”.
Um dia, ao terminar o espetáculo, uma menina de uns 10 (dez) anos ficou sozinha sentada no tablado do “poleiro” do circo chorando, esperando “de novo” sair.
Ao sair já vestido com roupas normais, ele percebeu a menina e perguntou por que ela ainda não havia ido embora e estava ali chorando. Ela respondeu:
- Eu nasci na ladainha, fui criada na matinha, com minha vó Terezinha, pois o meu pai e minha mãezinha foram levados para o céu numa tardinha, num acidente na linha do trem que de lá vinha, deixando comigo Martinha, a minha irmã pequenininha, quando eu tinha apenas três aninhos. Minha avó é quem nos cria. Ela está lá fora do circo esperando eu sair, depois de eu falar com o senhor, pois ela falou comigo que o senhor fala com Deus, e que não deixa ninguém sofrer, brincando de palhaço e levando a vida, fazendo a gente sorrir.
- Ela falou isso? Ela deve rezar muito para ter essa confiança toda em mim. Vou lhe entregar um telefone velho e sem fio para você falar diretamente com Jesus, quando estiver se sentindo triste. Já dei muitos telefones desses e até hoje ninguém me devolveu. Qual o dia que você nasceu?
- Dia 25.
- Hum! Muito bom. Bote o telefone no ouvido, feche os olhos e ouça-me.
- Obrigado Zé de Novo!
Ele continuou:
- Saiba que você é intuitiva, mas às vezes seus pensamentos e sentimentos serão incompreendidos? Não fique com medo quando estiver sozinha em locais mais tranquilos, pois você ama a natureza. A sua vida sentimental e espiritual são mais importantes que a vida material. Pode tentar aprender a tocar instrumentos musicais, que conseguirá com mais facilidade.
Por ser criativa, perfeccionista e ter uma boa formação espiritual, terá interesse pela ciência e religião, não aceitando muitos conselhos, preferindo agir mais seguindo sua intuição, pegando no ar o que se passa nas relações com outras pessoas.
A sua sinceridade pode ser mal entendida, e a facilidade de ser enganada poderá trazer-lhes a necessidade de romper determinadas relações com pessoas falsas. Diga sempre o que você pensa, mesmo que fira inicialmente, mas que a verdade sempre prevaleça.
Quando não conseguir sucesso nas suas ações profissionais ou voluntárias, vai ficar deprimida e mal-humorada, mas não cultive o pessimismo e seja feliz, pois você tem muitas qualidades, mantendo a sua concentração, com o coração ligado à natureza, escrevendo, cantando, criando, amando e se apaixonando.
Deus colocou a sua avó para lhe criar, porque precisou de seus pais para ajudar lá no céu. Eles estão em melhor lugar do que o seu. Sempre que tiver triste, coloque o telefone sem fio no ouvido e ouça o que eles vão lhe falar. Agora pode retirar o telefone do ouvido e abrir os olhos.
A menina ficou surpresa quando abriu os olhos, pois não havia ninguém à sua frente, e somente um buquê com muitas flores, mas no meio estavam dois botões fechados. Ao pegar as flores e olhar detidamente, ela viu que os botões foram abrindo, saindo uma borboleta de dentro de cada um. Quando voaram, ela percebeu que estava escrito nas asas das duas borboletas as seguintes palavras:
- Asa 1: “Estamos”
- Asa 2: “bem”.
Ela nunca mais padeceu com sofrimento. Às vezes ainda sentia saudades, mas a certeza da alegria foi escrita nas asas das borboletas.
Disse ela no telefone velho e sem fio:    
- Alô ! Muito obrigado Zé. De novo !
João Bosco do Nordeste
Enviado por João Bosco do Nordeste em 11/11/2014
Alterado em 02/07/2015
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