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João Bosco do Nordeste
Professor Mestre em Educação e Administrador empreendedor
Textos
História de um pescador – Capítulo I
Numa praia do litoral nordestino, Guiça era um pescador que se dizia muito corajoso, mas só passava um dia no mar e os outros seis nos bares da praia tomando cachaça e contando suas aventuras.
O povo de fora parava para escutar, mas os demais moradores entendiam que ele era apenas um preguiçoso. O sogro tinha uma peixaria muito grande e comprava todos os peixes dos pescadores da Colônia. Claro que encobria as mentiras do genro, dizendo que ele trazia os peixes de madrugada e entregava na peixaria do sogro. O que não era verdade. Quando ele pescava era tão pouco, que só dava para comer em casa.
Mas um dia ele saiu no início da madrugada para o alto mar sozinho com sua rede, e fez o lançamento muito longe da praia. Depois que o dia amanheceu, o sol o encontro dormindo e a rede estava toda dentro do barco, como se alguém tivesse recolhido. Ele tomou um susto, pois não havia sido ele. Quando começou a preparar para lançar novamente ao mar, ele ouviu alguém falar.
- Psiu! Quero falar com você.
- Quem está falando? Perguntou ele morrendo de medo.
- Sou eu. Lara, a irmã da Iara, a Rainha do mar. Foi ela quem tirou a sua rede da água e me deixou aqui como um presente para você.
Aquilo não podia estar acontecendo. Deveria ser um sonho. Ele meteu as mãos na água do mar e molhou o rosto várias vezes.
- Sou eu mesma. Vou sempre voltar à praia para lhe ver, quando falar suas mentiras, mas antes de eu sumir agora, preciso lhe contar um segredo. Eu já sei de todas as suas mentiras, mas a partir de agora eu vou lhe acompanhar onde você estiver, e toda mentira que você contar vai ter de se tornar verdade. Portanto, se mentir a respeito de pescarias, vai ter de realizar.
Ti bum! Ela se jogou na água e sumiu.
- Ora, isso é uma piada. De Iara, a Rainha do mar, eu já ouvi falar, mas aquela Lara eu não conhecia.
E agora? Agora nada. Ele iria continuar sem pegar peixe, contando com a ajuda e a proteção do sogro nas mentiras.
Será que vai acontecer alguma coisa se ele mentir outra vez? Será que ele terá de realizar?
Somente saberemos no capítulo II deste pequeno conto.
João Bosco do Nordeste
Enviado por João Bosco do Nordeste em 01/12/2014
Alterado em 10/02/2015
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