A lua é um facho de luz nas gretas dos fragmentos,
no teto do quarto das musas, ou nas noites mais sofridas.
Não é pássaro, e nem tem asas, só voa em versos profanos.

Quando sua face é de nova, é águia em seus juramentos,
crescente traz esperança, ou medo de horas perdidas.
De uma coisa tem certeza: renova os nossos planos.

A lua só é rainha se cheia em seus movimentos.
clareando toda a Terra até nas áreas escondidas.
Porém quando é minguante, começam seus desenganos.

Lua ilumine a Terra, clareando os pensamentos,
de quem afoga em suas águas, as mágoas mal percebidas.
Dorme Lua e acorda Sol, é a Terra em seus metanos.

Quando a lua faz abrir os olhos dos cataventos,
faz cair chuva e o vento sopra ao mar pedras caídas.
Espanto dos namorados, no escuro em muitos anos.

Ó lua lança tua luz sobre a ilha dos jumentos,
onde mora os terremotos nas cabeças mais temidas.
Joga luz, clareia a mente, dos malditos soberanos.

Lua, te peço agora, tire com a luz os tormentos,
entre nas frestas das telhas, seja útil, salve vidas.
Pelo menos nesta noite, torne animais mais humanos.