A estrada do estudo
Por mim ou por ninguém, onde está tudo aquilo
que o peso descarregou mas nunca ficou de prontidão?
Eu nasci num calmo mar, que se tornou bravio,
mudei então para a beira, do leito de um rio.
Lá o céu é mais tranquilo, nem isso e nem aquilo.
está sempre onde as outras coisas que eu procuro estão.
Então porque me afogar numa mesa de bar,
se o que eu procuro nessas águas não sabe navegar?
Caminheiros que eu encontro pelas estradas,
não veem paisagens em mim. Sou final de linha?
Como vai? A resposta é a mentira da verdade:
- Já fui madrugada e calmaria, hoje tempestade.
Nenhuma cobra é criada nesta estrada,
nenhum querer se atende num deserto,
mas no tabuleiro da conspiração,
o inimigo do desejo sempre está por perto.
Pela estrada a fora ninguém vai sozinho,
permanece o Rei à procura da Rainha,
a barra do dia é prenúncio e parada,
de quem só começa e no fim se avizinha.
Está mesmo procurando o quê? Perguntei.
- É a cura da doença ou é a doença da cura.
Respondeu amarga, a mente do sofrido,
que pôs o pé na estrada para achar a procura.
Esta estrada é a mesma da rua da amargura,
onde o mal se esconde no tempo comum.
Não pense no caminho que você está sozinho,
pois se andar perdido não vai a lugar nenhum.
É nessa caminhada que sempre estão contigo.
Por isso nunca os deixe num acostamento.
Talvez doidos sejam os calos dos teus pés,
abrindo o coração para a dor virar tormento.
Se estiveres seguindo ao lado do inimigo,
não durma sem tirar o coelho da cartola.
Afaste a sua raiva do despenhadeiro,
pule em sua égua, volte para a escola.
Vive mais feliz quem trabalha e estuda,
mesmo recebendo um pouco de dinheiro,
na estrada da vida só o estudo pode libertar,
qualquer ignaro do seu cativeiro.
Bote seu cavalinho na chuva. Tire seu cabresto!
João Bosco do Nordeste
Enviado por João Bosco do Nordeste em 09/01/2015
Alterado em 09/01/2015