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João Bosco do Nordeste
Professor Mestre em Educação e Administrador empreendedor
Textos
Um lugar chamado Cemitério
Conheço um lugar sem escadas,
onde flores são jogadas
junto a corpos inertes.
Onde o sol nunca faz sombra,
a lua não mais assombra,
os andarilhos da noite.

Lá o vento é insolente,
m cada lápide indolente.,
No desespero dos vivos,
suspiram a sua dor.
Morto é o silêncio das trevas,
na terra sem movimento,
de onde se escuta os lamentos,
é o fim ou início dos tormentos.

Lá os arrogantes se calam,
os prepotentes se cagam,
os malfeitores se encontram,
os otimistas entristecem,
os pessimistas se alegram,
os metidos se falam,
os valentes se calam.  

As pedras são agasalhos,
a terra é a moldura da caixa.
A estatura não importa,
é do tamanho da porta.
A porta talvez seja alta,
mas cabe até o infeliz...
Virou uma semente na terra,
abrindo nos vivos uma cicatriz.

Do choro ao ranger dos dentes,
ninguém sabe o que diz.
O relógio ali para o tempo,
os ponteiros são congelados.
Vai deixando quem se gosta,
mas sempre espera a visita,
e quando chegar o dia,
vão aos outros se encontrar.

Ninguém foge ao destino,
homem, mulher ou menino,
a alma é a sobra do espírito,
ossos guardados no escombro,
nada ali fica guardado
nada serve nesse assombro.

A entrada não tem saída ...
A saída não é a entrada ...
Todo passo ali termina ...
Tudo como o farol na neblina.

Todos querem ir para o céu,
só que ninguém quer morrer.

Depois de ver uns ateus,
cristãos, budistas e crentes,
chorarem na hora do enterro,
vendo que é chegada a hora,
ouve-se a voz grossa que afina:
gritando fecha a cortina:
Valei-me Nossa Senhora!
João Bosco do Nordeste
Enviado por João Bosco do Nordeste em 24/01/2015
Alterado em 11/11/2017
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