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João Bosco do Nordeste
Professor Mestre em Educação e Administrador empreendedor
Textos
Um bilhete de uma mãe
UM BILHETE DE UMA MÃE

Uma família pobre, que lutava com dificuldade para sobreviver, o pai trabalhava fora e quem segurada toda a barra da criação dos três filhos, um menino e duas meninas era a mãe, costurando.
As meninas tinham dois e quatro anos e não estudavam ainda, e o menino, com nove anos, tinha sempre de ir para a escola pública, andando todo dia por quatro quilômetros, e como naquele local o poder público não oferecia merenda escolar, a mãe sempre colocava uma merendinha para ele comer na hora do recreio.
A cada dia, a mãe tinha maior dificuldade de mandar aquela merendinha, para não faltar comida em casa para as meninas. Fruta-pão (Artocarpus altilis, Artocarpus communis, Artocarpus incisus) conhecido também como jaca-de-pobre, fruta produzida a aparência da jaca,
Certo dia, não tendo comida para o filho levar para a escola, a mãe colocou um bilhete dentro da merendeira, apenas com um pedaço de pão:
- “Filho, me perdoa, pois hoje não teve nada de comida para você comer, vai a minha parte do pão do café da manhã que eu não comi para você levar para a escola. A gente não foi pegar fruta-pão nas roças dos vizinhos esta semana”.
Ao ler o bilhete da mãe, o filho chorou muito, não por causa da fome, mas por causa do amor demonstrado por ela.
Ao chegar em casa de volta ele prometeu a mãe:
- Quando eu crescer, vou ajudar os outros, pois na escola muitas vezes eu divido a minha merenda com outros colegas, que nada levam para merendar. Eu nunca disse isso a senhora. Obrigado pela sua mensagem. Já entendo um pouco do sacrifício que a senhora e meu pai fazem para sustentar a gente.
E como ele ainda era pequeno e não entendia das coisas da política, não seria justo que a mãe dissesse realmente o que ocorria com o dinheiro do alimento na escola.
O tempo passou e ele brincava pouco, pois o tempo era praticamente destinado aos estudos.
Ao completar vinte e oito anos, esse menino já era um brilhante Advogado, apoiador principal de uma creche com vinte e cinco crianças, ajudando financeiramente a que todos tivessem uma vida melhor, com alimentação adequada.
Quem é pobre e fica rico ou consegue adquirir poder, se lembrasse dos tempos das dificuldades, jamais roubavam dos pobres, porque já sabe o que ocorre do lado mais fraco da sociedade. Se roubarem, vão pagar caro no inferno.
Para alguns, basta apenas um bilhete para enxergar a beleza da vida e fazer a sua parte para mudar o mundo.
Para outros, nem uma doença incurável ou uma prisão vai servir de lição.

- Conto do autor, no Livro Rapsódia de um contador de histórias, Editora Becalete, 2018.
João Bosco do Nordeste
Enviado por João Bosco do Nordeste em 26/05/2015
Alterado em 28/11/2018
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