A Natureza na visão de José Bonifácio no Planeta Brasil
Jobas nasceu em Santos (SP), e viveu de 1763 até 1838, estudando os fatores ecológicos, mostrando a sua preocupação pela preservação da natureza, principalmente na sociedade brasileira. Aos 20 anos ele já denunciava aos poderes públicos:
- Precisamos preservar as matas, que fatalmente poderá causar futuramente possíveis alterações climáticas.
Em 1789, na Academia de Ciências de Lisboa, defendeu o trabalho “Memória sobre a Pesca de Baleias e Extração de seu Azeite”:
- A minha visão do mundo é baseada na economia da natureza, mas alertando que o progresso econômico deve ser um instrumento civilizatório, conquistado com responsabilidade e racionalidade, usando as técnicas produtivas e aplicação pragmática do conhecimento científico, evitando a exploração destrutiva dos recursos naturais que estão à disposição dos seres vivos. Sou contra quem mata as baleias para a extração do azeite, pois esse tipo de progresso que mata a vida não pode ser chamado de civilizado.
Ao retornar ao Brasil, em 1819, já aos 56 anos, viajou pelo interior de São Paulo e viu a escravidão, a perseguição aos índios e o desmatamento, principalmente com a expansão da lavoura do café.
Em 1820, quando estourou a Revolução Constitucionalista do Porto em Portugal, D. João VI voltou a Lisboa, deixando no Rio de Janeiro o filho D. Pedro, como regente, e em janeiro de 1822 Jobas foi nomeado ministro do Reino, ajudando diretamente o Rei nas ações que culminaram na Independência do Brasil em setembro daquele ano, levando D. Pedro I em 1º de dezembro a ser coroado como imperador do Brasil. Como agradecimento, o Rei nomeou Jobas como ministro até julho de 1823, porém, após meses de tumultos políticos, em novembro o Rei fechou a Assembleia Constituinte e mandou Jobas deportado com outros deputados para a França, e lá ficou por seis longos anos.
A partir do desterro e exílio em Bordéus, na França até 1829, criou o pseudônimo de Américo Elísio (lembrando América do Sul e “Elisio” lembrando os jardins Champs Elysées (Campos Elísios), que na mitologia grega significa “reino dos mortos”, para que os seus escritos críticos ao reinado de Pedro I tivessem mais audiência e efeitos.
Mesmo assim, por ser um Poeta panteísta, admitindo que Deus é todo o universo, desde a mente humana, as estações e todas as coisas e ideias que existem, escrevia poemas que exortavam o amor, o desejo e a sensualidade, além da natureza. As fortes inspirações patrióticas podem ser constatadas nos versos de O poeta desterrado (1825), que exprime o seu rancor pelos acontecimentos políticos e covardia de D. Pedro I. Gritava:
- Ó lira brasileira, que inspiravas, com teus hinos, no peito amor de glórias, tu que o pranto da esposa suspendias quando ausente o guerreiro, ora do triste vate no desterro fica pois, lira inútil, pendurada. Da terna lira os sons enchem-lhe o peito de dor e de saudade.
Somente em 1829, aos 66 anos de idade, Jobas retorna ao Rio de Janeiro já debilitado, assistindo a queda do imperador, que abdicou do trono e voltou a Portugal, deixando Pedro de Alcântara, seu filho brasileiro, com apenas cinco anos, como “regente”, e aos 68 anos ele se recolhe por sete anos na Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro, morrendo em 6 de abril de 1838.
O seu cadáver foi embalsamado e encontra-se sepultado no Convento da Ordem do Carmo em Santos. No ano de 1922, a Câmara Municipal de Santos ergueu um Panteão e depositou as suas cinzas e dos irmãos Antônio Carlos e Martim Francisco.
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Jobas - José Bonifácio de Andrada e Silva (1763 - 1838), o Patriarca da Independência. Um iluminista brasileiro que lutou no seu tempo contra as mazelas do Rei contra a sua Pátria e defendeu a natureza.
(texto que ganhou o 2º lugar no Concurso de Contos do Livro Amo amar você – Edição 5 – Editora Literarte Internacional 2019)
João Bosco do Nordeste
Enviado por João Bosco do Nordeste em 16/09/2019
Alterado em 19/09/2019